Alcoolismo: a diferença entre abuso e vício
Não dá para entender por que os adoradores de bebidas alcoólicas associam o prazer de beber com "curtir a vida", expressão muito usada pelos baladeiros de plantão que se julgam corretos e nem ligam para os problemas sérios que o excesso de álcool traz para a saúde, e alguns deles fazem até piadinhas com os defensores de alimentos saudáveis. O pior de tudo, no mundo do alcoolismo, é substituir os alimentos pela bebida.
Eu mesmo tive a experiência de ser criticado - nem dá pra acreditar - por um professor de educação física. Quando eu disse a ele que não bebo cerveja amarela, logo me rotulou de religioso (no silêncio, ele estava me xingando era de careta, rs). Na época, isso me revoltou demais - faz mais de 10 anos - porém, esse fato ficou imortalizado em minha memória, pois tenho piedade de pessoas desorientadas e preconceituosas, e esse tipo de sentimento me faz lembrar de coisas desagradáveis, infelizmente.
Não aprecio cerveja amarela, mas não dispenso a cerveja preta e doce. Portanto, é apenas um caso de intolerância à primeira e preferência à segunda.
O principal parâmetro para determinar se uma pessoa corre o risco de se tornar alcoólatra ou se ela já está dependente da bebida é o modo como ela bebe.
O que é abuso
O uso abusivo caracteriza-se pela ocorrência de pelo menos três das situações descritas abaixo, por mais de uma vez:
- Descuidar das obrigações profissionais e sociais por causa da bebida.
Exemplo: chegar atrasado ao trabalho ou deixar de pegar os filhos na escola por causa da ressaca.
- Beber em ocasiões em que o álcool oferece risco de danos à saúde.
Exemplo: consumir álcool durante um tratamento à base de antibióticos.
- Beber apesar das possíveis implicações legais decorrentes da bebida.
Exemplo: dirigir alcoolizado
- Beber apesar de já ter passado por problemas sociais causados pelo álcool.
Exemplo: voltar a beber depois de ter se envolvido em brigas ou ter dado vexame por estar sob o efeito da bebida.
O que é vício
A dependência do álcool caracteriza-se pela ocorrência de pelo menos três das situações abaixo, por mais de uma vez:
- Gastar boa parte do dia planejando quando e onde beber.
- Apresentar indícios de tolerância excessiva à bebida.
Exemplo: precisar beber doses maiores para atingir os mesmos efeitos de antes.
- Ter algum sintoma de abstinência.
Exemplo: na falta da bebida, apresentar tremores nas mãos, suor excessivo, insônia e irritabilidade.
- Desejar ou tentar parar de beber, sem conseguir.
- Substituir atividades profissionais e sociais pelo álcool.
- Beber sabendo que o consumo de álcool pode agravar problemas de saúde.
Exemplo: manter o hábito da bebida apesar de um quadro de depressão ou de gastrite.
1 comentários:
Caro Marcos Vinicius de Moraes
24 outubro, 2009O meu falecido pai era alcoolátra, de modo que sei muito bem o que é isso. Para mim, é uma das maiores pragas da história da humanidade. Achei muito bom e esclarecedor o texto.
Abraços, :-)
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